

Colegas de turma deram uma "carteira de trabalho" para a criança com salário de R$ 50 por ano e jornada de trabalho de 18 horas por dia
Um pai compartilhou que seu filho, de apenas nove anos, foi alvo de zombarias por parte de colegas de classe após receber uma “carteira de trabalho” confeccionada por eles. Nesse documento fictício, o garoto aparecia como “pedreiro civil”, com um salário de “50 reais e 25 centavos por mês” e uma “jornada de trabalho de 18 horas diárias”. O incidente ocorreu em uma escola particular em São Luís, no Maranhão.
“São crianças de 8, 9 anos. Muito novas para terem desenvolvido sozinhas esse desprezo tão afinado por trabalho, por direitos, por quem constrói – literal e simbolicamente – o mundo onde vivem. Isso não nasceu com elas. Alguém ensinou. Alguém naturalizou que trabalhar é castigo, que construir é menor, que um menino negro com carteira de trabalho é piada pronta. Esse caso não é um acaso”, afirma o texto publicado no perfil de Ismael Filho, sobre seu filho Gustavo.
A publicação critica a forma como as crianças podem interpretar o conceito de trabalho quando expostas a preconceitos relacionados a certas profissões. Além disso, o texto destaca “séculos de luta, vidas imoladas em greves, corpos moídos em jornadas extenuantes”, que agora se tornaram motivo de riso para as crianças durante o recreio.